Notícia publicada no jornal DinheiroVivo.
Empresário perde fábrica mas mantém 180 empregos em novo projeto
O produtor de gazes hidrófilas hospitalares de Santo Tirso, cuja fábrica foi destruída por um incêndio, vai garantir os 180 empregos da unidade e já está a ultimar um novo projeto na área dos tecidos não tecidos.
A informação foi dada hoje à agência Lusa pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, após se deslocar a Santo Tirso, distrito do Porto, onde se inteirou da situação em que ficou a ADA Fios após o incêndio ocorrido nas instalações da empresa, durante a noite de segunda-feira e madrugada de terça.
A ministra adiantou que o responsável por este grupo empresarial, Luís Andrade, está já a agilizar a compra do equipamento necessário para reativar a empresa de gazes hidrófilas hospitalares, provavelmente noutro local, a encontrar em colaboração com a autarquia local.
Ana Abrunhosa sublinhou que se trata de uma empresa “de alta tecnologia”, produtora de tecido gaze com a finalidade de utilização em dispositivos médicos.
“Estamos a falar, portanto, a falar de uma empresa altamente certificada e inovadora”, destacou.
As dificuldades por que passa a ADA Fios na sequência do sinistro, adiantou a governante, vão ser atenuadas com a agilização da entrega de verbas referentes a três projetos aprovados no âmbito do programa Portugal 2020, nos valores de 170 mil, 140 mil e 450 mil euros.
“Esta tesouraria será absolutamente fundamental para o empresário ir já finalizando a compra do equipamento que já está a negociar”, sublinhou a ministra.
Nas suas declarações à Lusa, a titular da pasta da Coesão Territorial adiantou que o agente económico tem já um projeto para lançar uma empresa de tecidos não tecidos.
“Este tecido não tecido não é produzido na Península Ibérica, sendo em geral importado da Turquia e da China”, disse a ministra, sublinhando que o empresário também candidatou o investimento ao Portugal 2020.
“Vamos tentar perceber a importância deste projeto e, havendo possibilidade de o apoiar, tomar a decisão o mais rapidamente possível”, frisou.
Em declarações prestadas à agência Lusa na terça-feira, o presidente da Câmara de Santo Tirso, Alberto Costa, disse que, na sequência do incêndio industrial, a autarquia iria apurar em que medida poderia ajudar ou apoiar este grupo empresarial e particularmente a ADA Fios, que em 2016 recebeu o carimbo de projeto de Interesse Municipal,
A classificação, frisou o autarca, “implicou isenção de taxas e previa a ampliação das instalações, aumento de postos de trabalho e transferência da sede para o concelho. Portanto, é de todo o interesse da Câmara continuar a apoiar a empresa”.
A intenção de Alberto Costa é, por isso, “criar caminhos para o futuro”, estando já “em contactos com o Governo”. “Espero ter algumas respostas para criar algum apoio a esta empresa”, afirmou.
Na terça-feira, peritos estavam ainda a avaliar “a dimensão dos estragos”, segundo o autarca. E ainda hoje, de acordo com a ministra Ana Abrunhosa, o balanço dos prejuízos está por fechar.
O incêndio chegou a estar ativo em mais de 50% das instalações da ADA Fios, que emprega cerca de 180 pessoas. Os funcionários que estavam a trabalhar quando o incêndio deflagrou saíram em segurança.
A combater o incêndio estiveram as corporações dos bombeiros voluntários de Santo Tirso, Tirsenses, Vila das Aves, Póvoa de Varzim, Paços de Ferreira, Valongo e Ermesinde.
No local chegaram a estar 115 operacionais, entre bombeiros de várias corporações, PSP, INEM, Polícia Judiciária, Polícia Municipal e o Serviço Municipal da Proteção Civil da Câmara Municipal de Santo Tirso, apoiados por 35 veículos.
Dois bombeiros foram transportados devido “a exaustão” para a Unidade Hospitalar de Santo Tirso, pertencente ao Centro Hospitalar do Médio Ave, segundo fontes da Proteção Civil.